"Este livro é um generoso convite a quem ainda não teve contato com essa discussão, mas é também um espaço belíssimo de desenvolvimento para quem já tem intimidade com tais reflexões. Como pessoa indígena, gênero dissidente e não monogâmica, ler O desafio poliamoroso foi como um abraço, pois saber das vozes que ecoam conosco em outros lugares do mundo faz com que nos lembremos da multidão que somos. Além disso, a autora foi de uma generosidade imensa em partilhar conosco suas dores e alegrias nesses percursos de construção poliamorosa, em uma teoria corporificada, presentificada, que não se coloca em uma posição de externalidade ou superioridade para falar de seu “objeto”, pois ela própria faz parte de seu sujeito de análise. […] Com firmeza, mas carinhosamente, Brigitte Vasallo nos faz perguntas poderosíssimas como: o exclusivo nos trará mesmo a felicidade? E aí nos lembra que a positivação da exclusividade não está …
"Este livro é um generoso convite a quem ainda não teve contato com essa discussão, mas é também um espaço belíssimo de desenvolvimento para quem já tem intimidade com tais reflexões. Como pessoa indígena, gênero dissidente e não monogâmica, ler O desafio poliamoroso foi como um abraço, pois saber das vozes que ecoam conosco em outros lugares do mundo faz com que nos lembremos da multidão que somos. Além disso, a autora foi de uma generosidade imensa em partilhar conosco suas dores e alegrias nesses percursos de construção poliamorosa, em uma teoria corporificada, presentificada, que não se coloca em uma posição de externalidade ou superioridade para falar de seu “objeto”, pois ela própria faz parte de seu sujeito de análise. […] Com firmeza, mas carinhosamente, Brigitte Vasallo nos faz perguntas poderosíssimas como: o exclusivo nos trará mesmo a felicidade? E aí nos lembra que a positivação da exclusividade não está circunscrita ao domínio do “casal”, mas a todo um sistema de mecanismos capitalistas que nos propagandeiam a todo tempo que, se tivermos um ingresso “vip” a determinados espaços, sentimentos, contextos, aí nos sentiremos melhores, porque quanto mais exclusivo, tanto melhor — é o que pregam. Se alguém nos diz: “te amo como amo todo mundo, como amo a milhares de seres”, isso pode nos causar um desconforto, visto que aprendemos por toda a vida que só é bom aquilo que apenas nós temos e mais ninguém. Esse princípio é um dos basilares da lógica colonial, do prazer individualista, superficial e portanto sempre insuficiente e descartável."
Não-monogamia com olhar anarquista. É uma crítica à ideia de "casal" e à hierarquia dos relacionamentos, mas não é simplista. Critica também o poliamor individualista e raso. Investiga maneiras de cultivar afetos com segurança emocional. É uma teoria radical do carinho.
Se for buscar na internet, cuidado para não baixar a versão incompleta (vários sites só têm o livro pela metade). Acho que a versão completa está no libgen, mas qualquer coisa me envie uma mensagem :)