Review of 'Francis' on 'Goodreads'
2 stars
Existem dois elementos que eu, como uma assumida ignorante em graphic novels, presto atenção quando leio uma HQ, pois é o que me salta aos olhos: a arte e a história. Visualmente, Francis é belíssimo. As cores, os cenários, as roupas das personagens... É tudo deslumbrante. Só que aí chegamos na história e ela é... prematura. É como se a autora tivesse tido uma ideia geral do que queria fazer mas não se preocupou em organizar a fundo a mitologia e o histórico por trás do que escrevia, e nem o que viria pela frente depois que a HQ "termina".
A sensação que eu tive é que li um prefácio de uma história maior que nunca se concretiza. Não existe volume dois, e parece que não existem planos para um. Se esse for realmente o caso, é uma história decepcionante no final.
Melina é, na melhor das hipóteses, um anti-herói …
Existem dois elementos que eu, como uma assumida ignorante em graphic novels, presto atenção quando leio uma HQ, pois é o que me salta aos olhos: a arte e a história. Visualmente, Francis é belíssimo. As cores, os cenários, as roupas das personagens... É tudo deslumbrante. Só que aí chegamos na história e ela é... prematura. É como se a autora tivesse tido uma ideia geral do que queria fazer mas não se preocupou em organizar a fundo a mitologia e o histórico por trás do que escrevia, e nem o que viria pela frente depois que a HQ "termina".
A sensação que eu tive é que li um prefácio de uma história maior que nunca se concretiza. Não existe volume dois, e parece que não existem planos para um. Se esse for realmente o caso, é uma história decepcionante no final.
Melina é, na melhor das hipóteses, um anti-herói (se houver continuação) e, na pior, simplesmente uma vilã (se tudo que há dessa história for essa HQ). A princípio, senti empatia por ela, a jovem bruxa protagonista, mas depois que ela faz seu feitiço para trapacear num... duelo? Prova? Não fica claro. Enfim, depois desse feitiço e com a aquisição de um espírito em forma de raposa que lembra um pouco o princípio de um gênio da lâmpada (mas que não realiza desejos diretamente), minha empatia por ela foi diminuindo até se tornar quase nula.
Não há problema algum em se ter um vilão ou anti-herói como protagonista. Há dezenas de casos bem-sucedidos em livros, filmes e seriados. Mas Loputyn não consegue executar muito bem isso nessa HQ. Melina deixa de ser alguém que eu quero ver triunfar e se torna alguém que eu quero ver ir embora.
Há também um desequilíbrio em como ela, a protagonista, é apresentada. Ela é cruel e toma decisões claramente ruins, mas nada parece vir dela mesma. É quase como se Melina não se conectasse com suas próprias decisões, completamente dissociada de si.
Minha outra crítica vai para o design das personagens: a velha história do mesmo molde, diferentes perucas. Todas as bruxas apresentadas na história são exatamente o mesmo tipo de menina, só com cabelos diferentes. Depois de ser exposta à outras mídias que mostram que é possível, sim, desenhar diferentes personagens com diferentes tipos de corpos, observar isso é meio frustrante. Animações como Steven Universo, She-Ra e as Princesas do Poder e Avatar: A Lenda de Korra, mostram que isso é possível. Olhar para os rostos e corpos das personagens de Loputyn é olhar para a mesma menina clonada infinitamente.
Apesar disso, reforço que a arte é realmente linda, mas não traz nada de novo. E a história deixa muito a desejar.