Tony Almeida started reading Nunca by Ken Follett

Nunca by Ken Follett
Um oásis no deserto do Sara, um lago que começa a diminuir. Um drone do Exército americano roubado. Uma ilha …
Docente Universitário, Maestro nas horas vagas, gosta acompanhar isso da política e adora ler.
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Um oásis no deserto do Sara, um lago que começa a diminuir. Um drone do Exército americano roubado. Uma ilha …
Segundo volume da trilogia de culto Vernon Subutex, o espelho implacável da sociedade europeia dos dias de hoje. Vernon Subutex, …
Um enredo em que suspense, sobrevivência e culpa medem forças lado a lado com amor, desilusão e consequências absolutamente inesperadas. …
A casa na Calle Santo Domingo abrigou três gerações da mesma família. O patriarca chegara no final do século XIX …
Segundo volume da trilogia de culto Vernon Subutex, o espelho implacável da sociedade europeia dos dias de hoje. Vernon Subutex, …
Vivemos na era da informação, ou assim gostaríamos de acreditar. Com o acesso generalizado à Internet e o saber aparentemente ao alcance de um clique, era expectável que a sociedade se tornasse mais esclarecida, mais crítica e, em suma, melhor informada. No entanto, a realidade tem-se revelado bem diferente. Aquilo que poderia ter sido uma revolução no acesso ao conhecimento tornou-se, muitas vezes, um canal privilegiado para a disseminação de desinformação, pseudociência e teorias da conspiração. Estas últimas prosperam precisamente por serem simples, emocionalmente apelativas e, uma vez interiorizadas, notoriamente difíceis de desmontar.
É neste contexto que David Marçal surge como uma das vozes mais relevantes no combate à desinformação em Portugal. A solo ou em coautoria com Carlos Fiolhais, tem construído uma obra notável no domínio da divulgação científica. Mas o trabalho de Marçal vai além da simples explicação de conceitos científicos complexos em linguagem acessível. A sua missão …
Vivemos na era da informação, ou assim gostaríamos de acreditar. Com o acesso generalizado à Internet e o saber aparentemente ao alcance de um clique, era expectável que a sociedade se tornasse mais esclarecida, mais crítica e, em suma, melhor informada. No entanto, a realidade tem-se revelado bem diferente. Aquilo que poderia ter sido uma revolução no acesso ao conhecimento tornou-se, muitas vezes, um canal privilegiado para a disseminação de desinformação, pseudociência e teorias da conspiração. Estas últimas prosperam precisamente por serem simples, emocionalmente apelativas e, uma vez interiorizadas, notoriamente difíceis de desmontar.
É neste contexto que David Marçal surge como uma das vozes mais relevantes no combate à desinformação em Portugal. A solo ou em coautoria com Carlos Fiolhais, tem construído uma obra notável no domínio da divulgação científica. Mas o trabalho de Marçal vai além da simples explicação de conceitos científicos complexos em linguagem acessível. A sua missão é também a de desmascarar ideias erradas, desmontar falácias e combater a ignorância travestida de opinião.
O título provocador deste livro, Como perder amigos rapidamente, é por si só uma chamada de atenção. E torna-se ainda mais eloquente quando se lê o subtítulo em letras pequenas: “E aborrecer as pessoas com factos e ciência.” O tom irónico é claro, mas o propósito é sério. Esta obra representa uma continuação natural do percurso do autor, com um certo endurecimento no tom e na escolha dos temas, que são por vezes abertamente polémicos.
Marçal opta por ir mais longe, abordando tópicos espinhosos do debate público contemporâneo. Afirma, com base na literatura científica, que o mundo está, em muitos indicadores, a melhorar. Questiona a validade biológica do conceito de “raça” e a retórica em torno das chamadas “raças puras”. Reafirma a existência do sexo biológico como realidade binária. Aborda a questão da participação de mulheres transgénero em competições desportivas femininas à luz das evidências disponíveis. Estes temas, e outros com semelhante carga polémica, são tratados com rigor documental e sustentados por uma impressionante base de mais de 200 referências bibliográficas.
É precisamente aí que reside a força, e para alguns a ameaça, deste livro. Não se trata de meras opiniões. Marçal apresenta dados, estudos, fontes credíveis. E fá-lo de forma clara, directa, com ironia quando necessária, mas sempre ancorado no princípio de que a verdade científica deve ter lugar no debate público.
Não se exige que o leitor concorde com tudo o que aqui se afirma. Mas exige-se, isso sim, que discorde com fundamento. “Não concordo porque não gosto” não é um argumento, é apenas um reflexo da recusa em pensar criticamente. E talvez seja por isso que ler este livro possa de facto fazer perder alguns amigos. Mas em troca, ganha-se algo muito mais valioso: uma bússola para navegar num mar de desinformação.
Vivemos na era da informação, ou assim gostaríamos de acreditar. Com o acesso generalizado à Internet e o saber aparentemente ao alcance de um clique, era expectável que a sociedade se tornasse mais esclarecida, mais crítica e, em suma, melhor informada. No entanto, a realidade tem-se revelado bem diferente. Aquilo que poderia ter sido uma revolução no acesso ao conhecimento tornou-se, muitas vezes, um canal privilegiado para a disseminação de desinformação, pseudociência e teorias da conspiração. Estas últimas prosperam precisamente por serem simples, emocionalmente apelativas e, uma vez interiorizadas, notoriamente difíceis de desmontar.
É neste contexto que David Marçal surge como uma das vozes mais relevantes no combate à desinformação em Portugal. A solo ou em coautoria com Carlos Fiolhais, tem construído uma obra notável no domínio da divulgação científica. Mas o trabalho de Marçal vai além da simples explicação de conceitos científicos complexos em linguagem acessível. A sua missão …
Vivemos na era da informação, ou assim gostaríamos de acreditar. Com o acesso generalizado à Internet e o saber aparentemente ao alcance de um clique, era expectável que a sociedade se tornasse mais esclarecida, mais crítica e, em suma, melhor informada. No entanto, a realidade tem-se revelado bem diferente. Aquilo que poderia ter sido uma revolução no acesso ao conhecimento tornou-se, muitas vezes, um canal privilegiado para a disseminação de desinformação, pseudociência e teorias da conspiração. Estas últimas prosperam precisamente por serem simples, emocionalmente apelativas e, uma vez interiorizadas, notoriamente difíceis de desmontar.
É neste contexto que David Marçal surge como uma das vozes mais relevantes no combate à desinformação em Portugal. A solo ou em coautoria com Carlos Fiolhais, tem construído uma obra notável no domínio da divulgação científica. Mas o trabalho de Marçal vai além da simples explicação de conceitos científicos complexos em linguagem acessível. A sua missão é também a de desmascarar ideias erradas, desmontar falácias e combater a ignorância travestida de opinião.
O título provocador deste livro, Como perder amigos rapidamente, é por si só uma chamada de atenção. E torna-se ainda mais eloquente quando se lê o subtítulo em letras pequenas: “E aborrecer as pessoas com factos e ciência.” O tom irónico é claro, mas o propósito é sério. Esta obra representa uma continuação natural do percurso do autor, com um certo endurecimento no tom e na escolha dos temas, que são por vezes abertamente polémicos.
Marçal opta por ir mais longe, abordando tópicos espinhosos do debate público contemporâneo. Afirma, com base na literatura científica, que o mundo está, em muitos indicadores, a melhorar. Questiona a validade biológica do conceito de “raça” e a retórica em torno das chamadas “raças puras”. Reafirma a existência do sexo biológico como realidade binária. Aborda a questão da participação de mulheres transgénero em competições desportivas femininas à luz das evidências disponíveis. Estes temas, e outros com semelhante carga polémica, são tratados com rigor documental e sustentados por uma impressionante base de mais de 200 referências bibliográficas.
É precisamente aí que reside a força, e para alguns a ameaça, deste livro. Não se trata de meras opiniões. Marçal apresenta dados, estudos, fontes credíveis. E fá-lo de forma clara, directa, com ironia quando necessária, mas sempre ancorado no princípio de que a verdade científica deve ter lugar no debate público.
Não se exige que o leitor concorde com tudo o que aqui se afirma. Mas exige-se, isso sim, que discorde com fundamento. “Não concordo porque não gosto” não é um argumento, é apenas um reflexo da recusa em pensar criticamente. E talvez seja por isso que ler este livro possa de facto fazer perder alguns amigos. Mas em troca, ganha-se algo muito mais valioso: uma bússola para navegar num mar de desinformação.
Talvez pense que a criatividade é algo de misterioso, como um dom raro que apenas um punhado de pessoas possui. …
Quando as raparigas ganham o poder de causar sofrimento e morte, quais serão as consequências?
E se, um dia, as …
Num mundo cada vez mais dependente da tecnologia, onde a inteligência artificial se insinua em cada canto e a crise ambiental se agrava a olhos vistos, O Futuro de Naomi Alderman oferece-nos uma ficção científica inquietantemente próxima da realidade. Não, não se trata de um documentário, mas a imagem da nossa sociedade refletica num espelho distorcido. Alderman pinta um cenário que parece decalcado do nosso tempo: um retrato especulativo, mas estranhamente plausível.
Nesta narrativa, o poder global está concentrado nas mãos de três gigantes tecnológicos, cada um liderado por um magnata visionário e implacável. Perante a iminência de um colapso civilizacional, estes oligarcas preparam-se para sobreviver ao apocalipse que eles próprios ajudaram, em certa medida, a precipitar. É neste contexto que se entrelaçam os caminhos de Martha Einkorn, a filha dissidente de um líder de culto, que acaba por se tornar braço direito de um desses magnatas, e de Lai …
Num mundo cada vez mais dependente da tecnologia, onde a inteligência artificial se insinua em cada canto e a crise ambiental se agrava a olhos vistos, O Futuro de Naomi Alderman oferece-nos uma ficção científica inquietantemente próxima da realidade. Não, não se trata de um documentário, mas a imagem da nossa sociedade refletica num espelho distorcido. Alderman pinta um cenário que parece decalcado do nosso tempo: um retrato especulativo, mas estranhamente plausível.
Nesta narrativa, o poder global está concentrado nas mãos de três gigantes tecnológicos, cada um liderado por um magnata visionário e implacável. Perante a iminência de um colapso civilizacional, estes oligarcas preparam-se para sobreviver ao apocalipse que eles próprios ajudaram, em certa medida, a precipitar. É neste contexto que se entrelaçam os caminhos de Martha Einkorn, a filha dissidente de um líder de culto, que acaba por se tornar braço direito de um desses magnatas, e de Lai Zhen, uma especialista em sobrevivência, perseguida e desconfiada por natureza.
A premissa inicial pode soar familiar: bilionários em fuga perante o fim do mundo. Mas Alderman introduz várias reviravoltas - mais do que uma, na verdade - que desviam a história de um percurso previsível e a levam para um desfecho inesperado. Apesar disso, confesso que fiquei com a sensação de que parte da narrativa manipula deliberadamente as expectativas do leitor. Há revelações tardias que reconfiguram por completo o que julgávamos saber, e embora este tipo de artifício seja frequente em obras de mistério ou suspense, aqui gerou em mim alguma frustração. Em particular, senti que certas decisões tomadas por uma das personagens no último terço da obra colidem com o que tínhamos vindo a conhecer da sua personalidade, criando um certo desalinhamento interno na narrativa.
Se o livro é interessante? É. Trata-se de uma leitura envolvente, provocadora e inteligente, que coloca questões pertinentes sobre o papel das grandes empresas tecnológicas, a vigilância, a desigualdade, e o modo como os mais poderosos continuam a tentar salvar-se apenas a si próprios. No entanto, deixou-me um travo um tanto agridoce.
Recomendo-o a quem aprecia ficção especulativa com substância, crítica social e um toque sombrio.
O final da década de 2020 aproxima-se e, entre a ciberciência decadente, a inteligência artificial omnipresente e uma crise climática …
«Portanto, eu não gosto de ter amigos? Será que desenvolvi realmente técnicas apuradas e eficazes para perder amigos rapidamente e …
Segundo volume da trilogia de culto Vernon Subutex, o espelho implacável da sociedade europeia dos dias de hoje. Vernon Subutex, …
Admito que este é um daqueles livros que me deixou dividido, com sentimentos bastante ambíguos. Por um lado, não posso dizer que tenha gostado verdadeiramente da leitura, uam vez que houve momentos em que a narrativa me pareceu dispersa, e senti alguma dificuldade em estabelecer empatia com determinadas personagens. No entanto, há algo de magnético na escrita de Virginie Despentes que me impediu de abandoná-lo. A verdade é que, à medida que me aproximava dos capítulos finais, fui sendo progressivamente capturado pelo enredo e pelo destino de Vernon. No final, dei por mim com vontade de continuar para o volume seguinte da trilogia.
É possível que a forma como li o livro, de forma intermitente, sem grande continuidade, tenha contribuído para que a minha experiência não fosse tão envolvente quanto poderia ter sido. Sinto que Vernon Subutex 1 é daqueles romances que exige um certo mergulho contínuo, quase imersivo, para …
Admito que este é um daqueles livros que me deixou dividido, com sentimentos bastante ambíguos. Por um lado, não posso dizer que tenha gostado verdadeiramente da leitura, uam vez que houve momentos em que a narrativa me pareceu dispersa, e senti alguma dificuldade em estabelecer empatia com determinadas personagens. No entanto, há algo de magnético na escrita de Virginie Despentes que me impediu de abandoná-lo. A verdade é que, à medida que me aproximava dos capítulos finais, fui sendo progressivamente capturado pelo enredo e pelo destino de Vernon. No final, dei por mim com vontade de continuar para o volume seguinte da trilogia.
É possível que a forma como li o livro, de forma intermitente, sem grande continuidade, tenha contribuído para que a minha experiência não fosse tão envolvente quanto poderia ter sido. Sinto que Vernon Subutex 1 é daqueles romances que exige um certo mergulho contínuo, quase imersivo, para que o leitor possa absorver plenamente a densidade das personagens e a crítica social que as atravessa.
Despentes tem uma escrita crua, direta, por vezes brutal, mas sempre certeira. É uma autora que não tem medo de expor as fragilidades e contradições da sociedade contemporânea, em especial da França urbana e multicultural. Através de uma galeria de personagens de origens sociais e étnicas variadas, a autora constrói um retrato ácido e multifacetado de uma sociedade em que o sucesso é simultaneamente venerado e inatingível. Essa obsessão pelo êxito, corporizada na figura de Alex Bleach, uma espécie de fantasma que paira sobre todo o romance, funciona como fio condutor das frustrações, esperanças e desilusões das personagens.
Mais do que uma história sobre Vernon, o livro é uma espécie de mapa social da decadência, da exclusão e das transformações de uma geração que viu ruir as promessas do passado. Há algo de muito contemporâneo na forma como Despentes retrata a queda de um homem comum e as redes sociais (tanto virtuais como humanas) que se vão formando à sua volta.
Mesmo não tendo sido uma leitura "fácil" ou inteiramente prazerosa, reconheço-lhe mérito e originalidade. E, talvez justamente por isso, sinto a necessidade de continuar a acompanhar Vernon, não por ele em si, mas pelo mundo que Despentes constrói à sua volta. Um mundo inquietante, desordenado, mas estranhamente real.
Primeiro volume da trilogia de culto Vernon Subutex - um romance imperdível que retrata com crueza e audácia a sociedade …