Ana-b92 reviewed Resistance, rebellion, and death by Albert Camus
Entre a recusa e a esperança – Minha vivência com Resistência, rebelião e morte de Albert Camus
5 stars
Ler Resistência, rebelião e morte de Albert Camus foi para mim como atravessar um território onde ética e existência se encontram em choque constante. O livro reúne ensaios escritos em diferentes momentos, muitos deles ligados à Segunda Guerra Mundial e às consequências da ocupação nazista. Ao longo das páginas, senti não apenas a força de um pensamento filosófico, mas também o pulsar de uma consciência moral profundamente comprometida com a dignidade humana.
O que mais me impactou foi a clareza com que Camus se recusa a justificar a violência em nome de qualquer ideologia. Ele reconhece a necessidade da resistência contra a tirania, mas ao mesmo tempo insiste que a rebelião deve preservar a humanidade de quem resiste. Essa tensão entre lutar e não se corromper pelo mesmo mal que se combate me fez refletir intensamente sobre os limites da ação política e pessoal.
Os textos sobre a pena de …
Ler Resistência, rebelião e morte de Albert Camus foi para mim como atravessar um território onde ética e existência se encontram em choque constante. O livro reúne ensaios escritos em diferentes momentos, muitos deles ligados à Segunda Guerra Mundial e às consequências da ocupação nazista. Ao longo das páginas, senti não apenas a força de um pensamento filosófico, mas também o pulsar de uma consciência moral profundamente comprometida com a dignidade humana.
O que mais me impactou foi a clareza com que Camus se recusa a justificar a violência em nome de qualquer ideologia. Ele reconhece a necessidade da resistência contra a tirania, mas ao mesmo tempo insiste que a rebelião deve preservar a humanidade de quem resiste. Essa tensão entre lutar e não se corromper pelo mesmo mal que se combate me fez refletir intensamente sobre os limites da ação política e pessoal.
Os textos sobre a pena de morte me tocaram de modo especial. A lucidez de Camus, aliada a uma compaixão quase dolorosa, revelou para mim como a justiça pode facilmente se transformar em vingança, e como a sociedade precisa enfrentar seus próprios paradoxos morais.
Apesar da gravidade do conteúdo, encontrei no livro também lampejos de esperança. Camus escreve com firmeza, mas nunca com cinismo. Ele acredita que a dignidade nasce justamente da recusa em ceder à indiferença.
Ao terminar, fiquei com a sensação de ter lido não apenas um conjunto de ensaios, mas um chamado à responsabilidade individual diante da história.