Ana-b92 rated India song: 4 stars

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Ler Othon, o arqueiro foi como voltar a um tempo em que a coragem e a lealdade moldavam o caráter dos homens. Desde as primeiras páginas, senti o ritmo vibrante e aventureiro que só Alexandre Dumas sabe criar. Othon surge como um herói de fronteira: um homem simples, de alma nobre, cuja habilidade com o arco e fidelidade inabalável o colocam no centro de intrigas políticas e paixões perigosas.
O que mais me envolveu na leitura foi o contraste entre a pureza de Othon e o jogo de poder que o cerca. Enquanto muitos personagens agem movidos pela ambição e pela traição, ele permanece guiado por um senso de justiça quase ingênuo. Essa tensão me fez refletir sobre o preço da honra em um mundo governado pela astúcia e pelo egoísmo.
A escrita de Dumas é fluida e cinematográfica. Consegui visualizar os castelos, as florestas, os duelos e, …
Ler Othon, o arqueiro foi como voltar a um tempo em que a coragem e a lealdade moldavam o caráter dos homens. Desde as primeiras páginas, senti o ritmo vibrante e aventureiro que só Alexandre Dumas sabe criar. Othon surge como um herói de fronteira: um homem simples, de alma nobre, cuja habilidade com o arco e fidelidade inabalável o colocam no centro de intrigas políticas e paixões perigosas.
O que mais me envolveu na leitura foi o contraste entre a pureza de Othon e o jogo de poder que o cerca. Enquanto muitos personagens agem movidos pela ambição e pela traição, ele permanece guiado por um senso de justiça quase ingênuo. Essa tensão me fez refletir sobre o preço da honra em um mundo governado pela astúcia e pelo egoísmo.
A escrita de Dumas é fluida e cinematográfica. Consegui visualizar os castelos, as florestas, os duelos e, acima de tudo, o olhar firme de Othon, determinado a manter sua integridade mesmo diante da adversidade. Em cada página, percebi o amor de Dumas pela aventura e pelo ideal de heroísmo.
Ao terminar, senti que Othon, o arqueiro é mais do que uma história de capa e espada – é um lembrete de que a verdadeira força de um homem está em permanecer fiel a si mesmo, mesmo quando o mundo à sua volta tenta corrompê-lo.
Ler Casa Soturna foi como entrar em uma Londres envolta em neblina – uma neblina não só física, mas moral e social. Desde as primeiras páginas, senti o peso do labirinto judicial que Charles Dickens constrói em torno do processo interminável de Jarndyce contra Jarndyce. A leitura me fez perceber que o verdadeiro protagonista do romance talvez não seja um personagem, mas o próprio sistema legal, símbolo de uma burocracia que consome vidas e esperanças.
Entre os muitos rostos que cruzam essa história, foi Esther Summerson quem mais me tocou. Sua voz calma, humilde e atenta aos outros parece oferecer um refúgio de humanidade em meio ao caos. Ao acompanhar sua jornada, senti ternura e admiração: Esther é, de certo modo, a luz que tenta atravessar a escuridão densa de uma sociedade corrompida.
Dickens tece uma rede de histórias paralelas, e eu me via perdido e fascinado por …
Ler Casa Soturna foi como entrar em uma Londres envolta em neblina – uma neblina não só física, mas moral e social. Desde as primeiras páginas, senti o peso do labirinto judicial que Charles Dickens constrói em torno do processo interminável de Jarndyce contra Jarndyce. A leitura me fez perceber que o verdadeiro protagonista do romance talvez não seja um personagem, mas o próprio sistema legal, símbolo de uma burocracia que consome vidas e esperanças.
Entre os muitos rostos que cruzam essa história, foi Esther Summerson quem mais me tocou. Sua voz calma, humilde e atenta aos outros parece oferecer um refúgio de humanidade em meio ao caos. Ao acompanhar sua jornada, senti ternura e admiração: Esther é, de certo modo, a luz que tenta atravessar a escuridão densa de uma sociedade corrompida.
Dickens tece uma rede de histórias paralelas, e eu me via perdido e fascinado por essa multiplicidade. Cada figura – do excêntrico senhor Jarndyce ao trágico Krook – trazia um fragmento de crítica, um retrato das injustiças e desigualdades da época. Às vezes, precisei respirar fundo diante da melancolia que permeia a narrativa, mas a ironia e o calor humano de Dickens sempre me puxavam de volta.
Ao fechar o livro, fiquei com a sensação de ter caminhado por um imenso espelho da vida – caótico, injusto, mas também repleto de compaixão. Casa Soturna me lembrou que, mesmo em meio à corrupção e à desesperança, ainda há espaço para a bondade silenciosa e para a coragem moral de quem insiste em fazer o bem.

As the interminable case of Jarndyce and Jarndyce grinds its way through the Court of Chancery, it draws together a …
Ler a Segunda Parte de Dom Quixote de La Mancha foi, para mim, como reencontrar velhos amigos e perceber que o tempo os transformou. Miguel de Cervantes retoma a jornada do cavaleiro da triste figura e de seu fiel escudeiro Sancho Pança, mas agora a narrativa está impregnada de uma consciência nova: Dom Quixote já é famoso, seus feitos foram lidos por outros, e a ficção invade a própria ficção.
O que mais me tocou foi o contraste entre a persistência da loucura cavaleiresca e os lampejos de lucidez que surgem, sobretudo no final. Dom Quixote continua a lutar contra inimigos imaginários, mas há uma melancolia crescente, uma sombra de finitude. Ao mesmo tempo, Sancho ganha mais relevo, com sua sabedoria popular e sua surpreendente experiência como governador. Senti que Cervantes o elevava, transformando-o em um contraponto cada vez mais essencial.
A ironia e o humor permanecem, mas …
Ler a Segunda Parte de Dom Quixote de La Mancha foi, para mim, como reencontrar velhos amigos e perceber que o tempo os transformou. Miguel de Cervantes retoma a jornada do cavaleiro da triste figura e de seu fiel escudeiro Sancho Pança, mas agora a narrativa está impregnada de uma consciência nova: Dom Quixote já é famoso, seus feitos foram lidos por outros, e a ficção invade a própria ficção.
O que mais me tocou foi o contraste entre a persistência da loucura cavaleiresca e os lampejos de lucidez que surgem, sobretudo no final. Dom Quixote continua a lutar contra inimigos imaginários, mas há uma melancolia crescente, uma sombra de finitude. Ao mesmo tempo, Sancho ganha mais relevo, com sua sabedoria popular e sua surpreendente experiência como governador. Senti que Cervantes o elevava, transformando-o em um contraponto cada vez mais essencial.
A ironia e o humor permanecem, mas acompanhados de uma reflexão profunda sobre a vida, a morte e o poder das histórias. Ao fechar o livro, fiquei com a sensação de que Cervantes não apenas encerra a aventura de Dom Quixote, mas nos convida a refletir sobre nossos próprios sonhos e desenganos. Uma despedida comovente, ao mesmo tempo amarga e luminosa.

Ler Uma morte muito suave foi, para mim, uma experiência de rara intensidade. Não se trata de uma ficção, mas de um relato íntimo em que Simone de Beauvoir narra os últimos dias de vida de sua mãe, Françoise, hospitalizada após uma queda. Logo nas primeiras páginas senti a tensão entre a objetividade da descrição clínica e a subjetividade de uma filha confrontada com a fragilidade da mulher que lhe deu a vida.
O que mais me marcou foi a ambivalência dos sentimentos de Beauvoir: ao mesmo tempo compaixão e estranhamento, proximidade e distância. Enquanto acompanhava o tratamento, as visitas e os diálogos entrecortados, eu percebia como a autora revivia memórias de infância, revisitando também as tensões da relação mãe e filha. Foi impossível para mim não pensar em minha própria experiência com a doença e a perda de entes queridos.
A escrita é precisa, sem ornamentos, mas …
Ler Uma morte muito suave foi, para mim, uma experiência de rara intensidade. Não se trata de uma ficção, mas de um relato íntimo em que Simone de Beauvoir narra os últimos dias de vida de sua mãe, Françoise, hospitalizada após uma queda. Logo nas primeiras páginas senti a tensão entre a objetividade da descrição clínica e a subjetividade de uma filha confrontada com a fragilidade da mulher que lhe deu a vida.
O que mais me marcou foi a ambivalência dos sentimentos de Beauvoir: ao mesmo tempo compaixão e estranhamento, proximidade e distância. Enquanto acompanhava o tratamento, as visitas e os diálogos entrecortados, eu percebia como a autora revivia memórias de infância, revisitando também as tensões da relação mãe e filha. Foi impossível para mim não pensar em minha própria experiência com a doença e a perda de entes queridos.
A escrita é precisa, sem ornamentos, mas justamente por isso tão comovente. Beauvoir não procura transformar a morte em algo heroico ou transcendente; ela a mostra como um processo concreto, feito de dor, espera, resignação e, paradoxalmente, ternura.
Ao terminar, fiquei com uma sensação dupla: de tristeza pelo inevitável fim, mas também de gratidão pela lucidez da autora, que transforma uma experiência devastadora em reflexão compartilhada. Uma morte muito suave me ensinou que a morte, embora sempre dura, pode ser vivida com dignidade e registrada com amor.

Ler Um Escândalo na Boêmia foi, para mim, uma das experiências mais marcantes dentro do universo de Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle. Desde a primeira página, percebi que não se tratava de mais um caso comum, mas de um episódio capaz de revelar facetas inesperadas do próprio detetive. O enredo gira em torno de um pedido sigiloso do rei da Boêmia, preocupado com uma fotografia comprometedora que mantém com a atriz Irene Adler.
O que me impressionou foi a tensão delicada entre o poder masculino do monarca e a inteligência silenciosa de Adler. Holmes, com sua habitual frieza lógica, parecia confiante em cada movimento, mas eu, como leitor, pressentia que desta vez o desfecho poderia ser diferente. E foi exatamente isso que tornou a história tão especial: pela primeira e talvez única vez, Holmes se vê superado, não pela força, mas pela astúcia e dignidade de uma …
Ler Um Escândalo na Boêmia foi, para mim, uma das experiências mais marcantes dentro do universo de Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle. Desde a primeira página, percebi que não se tratava de mais um caso comum, mas de um episódio capaz de revelar facetas inesperadas do próprio detetive. O enredo gira em torno de um pedido sigiloso do rei da Boêmia, preocupado com uma fotografia comprometedora que mantém com a atriz Irene Adler.
O que me impressionou foi a tensão delicada entre o poder masculino do monarca e a inteligência silenciosa de Adler. Holmes, com sua habitual frieza lógica, parecia confiante em cada movimento, mas eu, como leitor, pressentia que desta vez o desfecho poderia ser diferente. E foi exatamente isso que tornou a história tão especial: pela primeira e talvez única vez, Holmes se vê superado, não pela força, mas pela astúcia e dignidade de uma mulher.
Enquanto acompanhava suas deduções e disfarces, senti a excitação de um jogo de xadrez em que cada peça era movida com precisão. No entanto, quando Adler revela sua vitória discreta, fui tomado por uma admiração inesperada. Mais do que uma “adversária”, ela surge como um espelho que devolve ao leitor – e ao próprio Holmes – a consciência dos limites da razão.
Um Escândalo na Boêmia não é apenas um conto policial engenhoso; é uma lição sobre respeito, inteligência e surpresa. Ao fechar o livro, fiquei com a sensação de que a verdadeira vitória não estava em resolver o mistério, mas em reconhecer a grandeza de quem o desafia.

Ler Onze Minutos de Paulo Coelho foi, para mim, como atravessar um território delicado, onde o desejo e a espiritualidade se encontram em conflito constante. A protagonista, Maria, é uma jovem brasileira que, em busca de melhores oportunidades, vai para a Suíça e acaba se tornando prostituta. Desde o início senti que sua jornada não era apenas uma sucessão de fatos, mas uma exploração das fronteiras entre prazer, dor e amor verdadeiro.
O que mais me tocou foi a coragem com que Maria olha para si mesma. Em vez de negar sua condição, ela decide compreendê-la, analisá-la, quase como uma cientista da própria alma. As descrições de suas experiências, às vezes cruas, às vezes poéticas, me fizeram refletir sobre a forma como reduzimos o sexo a tabu ou mercadoria, esquecendo sua dimensão humana e emocional.
No entanto, o livro não se limita à escuridão. A relação de …
Ler Onze Minutos de Paulo Coelho foi, para mim, como atravessar um território delicado, onde o desejo e a espiritualidade se encontram em conflito constante. A protagonista, Maria, é uma jovem brasileira que, em busca de melhores oportunidades, vai para a Suíça e acaba se tornando prostituta. Desde o início senti que sua jornada não era apenas uma sucessão de fatos, mas uma exploração das fronteiras entre prazer, dor e amor verdadeiro.
O que mais me tocou foi a coragem com que Maria olha para si mesma. Em vez de negar sua condição, ela decide compreendê-la, analisá-la, quase como uma cientista da própria alma. As descrições de suas experiências, às vezes cruas, às vezes poéticas, me fizeram refletir sobre a forma como reduzimos o sexo a tabu ou mercadoria, esquecendo sua dimensão humana e emocional.
No entanto, o livro não se limita à escuridão. A relação de Maria com Ralf, um pintor sensível, abre espaço para a descoberta de um amor que ultrapassa o físico. Ali percebi o sentido do título: os “onze minutos” do ato sexual podem ser efêmeros, mas o que fazemos com eles – e além deles – define a intensidade de nossas vidas.
Onze Minutos me deixou com a sensação de ter lido uma confissão universal: o corpo é um caminho, mas a verdadeira viagem acontece na alma.

Eleven Minutes is the story of Maria, a young girl from a Brazilian village, whose first innocent brushes with love …
Ler Taken at the Flood foi, para mim, como entrar em uma casa antiga cheia de portas entreabertas, onde cada gesto parece esconder um enigma. A história começa em um vilarejo inglês logo após a guerra, quando a notícia da morte de Gordon Cloade, milionário e patriarca, desencadeia uma disputa de herança e uma rede de tensões familiares.
O que me prendeu logo de início foi a atmosfera. Agatha Christie tem a habilidade de transformar ambientes aparentemente banais em cenários cheios de mistério. Senti a presença de Poirot quase como a de um maestro, regendo discretamente cada detalhe, deixando-me atento a cada olhar, cada frase interrompida.
O enredo se complica quando surge a viúva de Cloade, cuja presença abala a família inteira. Ao longo das páginas, fui tomado por uma sensação de instabilidade: ninguém parecia confiável, e cada revelação só abria espaço para mais dúvidas. O talento de …
Ler Taken at the Flood foi, para mim, como entrar em uma casa antiga cheia de portas entreabertas, onde cada gesto parece esconder um enigma. A história começa em um vilarejo inglês logo após a guerra, quando a notícia da morte de Gordon Cloade, milionário e patriarca, desencadeia uma disputa de herança e uma rede de tensões familiares.
O que me prendeu logo de início foi a atmosfera. Agatha Christie tem a habilidade de transformar ambientes aparentemente banais em cenários cheios de mistério. Senti a presença de Poirot quase como a de um maestro, regendo discretamente cada detalhe, deixando-me atento a cada olhar, cada frase interrompida.
O enredo se complica quando surge a viúva de Cloade, cuja presença abala a família inteira. Ao longo das páginas, fui tomado por uma sensação de instabilidade: ninguém parecia confiável, e cada revelação só abria espaço para mais dúvidas. O talento de Christie é justamente esse – transformar suspeitas em labirintos.
O desfecho, como sempre, me surpreendeu. A revelação não foi apenas lógica, mas também carregada de ironia sobre a ganância e as fragilidades humanas.
Ao terminar, fiquei com aquela satisfação típica de ter sido enganado e conduzido magistralmente por uma autora que nunca perde o fio. Taken at the Flood me lembrou que, em Christie, o crime nunca é apenas um quebra-cabeça: é também um espelho das paixões e falhas humanas.

A few weeks after marrying an attractive young widow, Gordon Cloade is tragically killed by a bomb blast in the …