Reviews and Comments

Uma assustadora história sobre reificação, e sobre como a feitiçaria capitalista seda os indivíduos e as comunidades em relação à sua própria degradação.

Desde a série do Grant Morrison (a última que eu havia lido, depois de anos sem ler X-Men), me dizem que nada de interessante acontecia na HQ. Resisti durante muito tempo a mergulhar na Era Krakoana, e me arrependo de não o ter feito antes.

Leah vai a uma expedição de pesquisa submarina; um acidente acontece e ela fica presa lá por meio ano. Quando retorna, não é mais a mesma pessoa, literalmente, fisicamente. Miri, sua esposa, se vê completamente presa no cuidado com Leah, e absolutamente inerte em relação a tudo o mais. "Pensamentos afundados" pincelam a narrativa, e vemos aí o desenrolar de uma não-situação: o que fazer quando não conseguimos deixar o outro (ou sua memória) ir embora? Uma história de fantasma sem fantasma, o mar como metáfora pra o eu profundo, horror corporal, e uma pitada de horror cósmico são os ingredientes desse texto

Franco apresenta, a partir da periferia do capitalismo (Brasil), uma tese sobre a gestão da morte, a necrogovernamentalidade, a partir do desaparecimento dos corpos, em especial durante as ditaduras militares latino-americanas. Produz uma genealogia da produção da exceção pelo colonialismo, mostrando a ligação histórica entre a guerra de contra-insurgência na Argélia, os campos de concentração nazistas, e as práticas de desaparecimento das ditaduras. Ao fazê-lo, aponta uma extensão da "necropolítica" de Mbembe, sua dialética com a biopolítica foucaultiana, e a produção de um barramento do luto em quem fica. Apesar de seu foco nos processos da ditadura militar, faz incursões na gestão dos mortos na pandemia, e se refere brevemente aos desaparecimentos produzidos nas favelas e outros rincões de pobreza pelo braço policial-miliciano-narcoestado. Nesse sentido, sua leitura se complementa bem com "Sociedades do desaparecimento", de Jonnefer Barbosa, na compreensão da dimensão política do desaparecimento e da gestão do sofrimento.

The chapter on ipseity is very interesting, showing subtle differences between concepts of ipseity and how the most interesting start to resemble two opposing poles of madness

Interesting concepts of ipseity appear to border madness

"From nations, to cultures, to class strata, and to individuals, a Gothic Marxist history is one driven by fidelity to the ghost — to the spectre that is still haunting all of the capitalist world."

Término do Primeiro Ciclo. A repetição, o tédio, a alienação do trabalho fabril.

Iniciando uma leitura de poesia. Como a maioria das minhas leituras de poesia nos últimos tempos, conheci a autora em uma resenha da Tripwire.

O primeiro livro de uma trilogia queer anarquista sobre justiça reparativa e retribuição. Uma comuna anarquista fora da rede invoca um espírito de vingança para se proteger de invasores, e acaba sofrendo as consequências dessa violência quando o espírito passa a atacar as pessoas dentro da comunidade que transgridem normas éticas não-escritas. Assim, o texto discute temas como a justiça reparativa, a vingança e o punitivismo, e os limites da violência e da não-violência como saídas para o abolicionismo.

Uma história de horror gótico latino-americana, tratando de temas como colonialismo, misoginia, e eugenia. Uma casa assombrada pela violência colonial, uma metáfora sobre a experiência vivida do capitalismo no Terceiro Mundo. Sobre violências, inescapabilidade, e sentir-se na prisão das relações de poder.