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Gabriel André

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Joined 1 year, 3 months ago

Escuto livros e leio canções. Leio livros que não compro e compro livros que não leio. Ofereço livros, mas não leio os livros que me são oferecidos. Leio ficção para entender a realidade e ensaios para sonhar com a utopia.

Mi ankaŭ legas en #Esperanto.

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Gabriel André's books

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Ulrich Lins: Dangerous language : Esperanto under Hitler and Stalin

This is Volume 1 of Dangerous Language. This book examines the rise of the international …

O fascismo não admite a neutralidade

A história do esperanto sob o fascismo é a demonstração dos do perigo de pretender não significar-se politicamente. O movimento esperantista nasceu para resolver a questão dos desequilíbrios de poder entre falantes de línguas diferentes (pretende ser uma língua auxiliar fácil de aprender a fim de evitar que tenham de mudar de língua sempre os mesmos), mas sem pretender entrar noutras questões políticas. Esta suposta "neutralidade ideológica, a ideia de não incomodar ninguém para poder sobreviver, arrastou boa parte dos esperantistas europeus para campos de concentração. O fascismo não aceita a neutralidade: se não concordares connosco, és contra nós; e mesmo se colaborares connosco, se tiveres alguma ideia mais ou menos exótica, também és um perigo potencial.

Por outra parte, a história do debate sobre o "Esperanto" fornece argumentos úteis para combater a falácia de "a língua só serve para comunicar". Uma língua que não evidencia a hegemonia de uns …

José de Cora Paradela: El estornudo de la mariposa (Hardcover, Edhasa)

Justa homenagem a Araceli González

Araceli González, a grande agente dupla galega da II Guerra Mundial, junto com o marido Joan Puig, é uma daquelas mulheres enterradas pela história (por mais que, teoricamente, ela própria assim o preferisse). Araceli talvez só não foi mais reivindicada porque ocupa uma posição desconfortável para todas as partes que pugnam pelo relato: luta contra o fascismo na Europa, mas procede de uma família falangista e navega bem no regime. Joan, o marido, deserta da República e detesta o franquismo. Podemos dizer que ambos os dois estão atrapados entre a fidelidade a umas origens familiares aristocráticas/burguesas e os impulsos de uma personalidade libertina que não condiz com os modos de vida propugnados pelos regimes fascistas.

Por outra parte, a biografia familiar do autor também o atrapa no relato: conheceu Araceli e conhece bem o ambiente em que esta cresceu, pois também pertence a ele, mas oferece uma visão muito maniqueísta …

Maria João Lopo de Carvalho: O Fado da Severa (Paperback, Português language, 2018, Oficina do Livro)

Na Mouraria, cruzam-se dois mundos quando a noite cai. O dos marujos, dos rufiões, das …

Uma visão menos androcêntrica

Agradeço ter lido uma versão menos androcêntrica e mais plausível do mito da Severa. A autora documentou-se muito bem e, a partir dos dados que temos, soube colocar-se no lugar da fadista. Julgo estarem melhor definidas as personagens burguesas e masculinas, mas é verdade que são aquelas sobre as quais temos mais informações. Só não dou as 5 estrelas porque ocasionalmente se perde em pormenores históricos que, mesmo sendo interessantes, podem parecer forçados.

Maria João Lopo de Carvalho: O Fado da Severa (Paperback, Português language, 2018, Oficina do Livro)

Na Mouraria, cruzam-se dois mundos quando a noite cai. O dos marujos, dos rufiões, das …

O romance está muito bem documentado (agradeço a inclusão da bibliografia no fim) e mostra uma visão menos romantizada e androcêntrica do mito. Adorei principalmente as personagens masculinas, muito bem definidas e credíveis. Ocasionalmente perde-se um bocadinho em pormenores históricos.

Maria Ziółkowska: Doctor Esperanto (EBook, Español language, 2008, Juventud Mexicana Esperantista / Luis Guillermo)

Novela biográfica sobre Luis Lázaro Zamenhof.

Uma biografia básica para entender o pai do Esperanto e o seu trabalho

No rating

Narrada na terceira pessoa omnisciente, apoiando-se em depoimentos posteriores de pessoas próximas e nos próprios textos, esta obra aproxima-nos do lado mais pessoal do Dr. Zamenhoff, a sua personalidade, os seus temores e a sua grande intuição para entender as relações de poder entre falates de línguas diferentes. Boa leitura para aulas de sociolinguística.