Nic reviewed A Visita Cruel do Tempo by Jennifer Egan
UAU
"A visita cruel do tempo", de Jennifer Egan, não é uma obra exatamente simples. Cada capítulo tem uma estrutura similar a um conto, sendo que cada um deles é encabeçado por um personagem diferente em um diferente ponto da linha temporal da história. O que se dá nesses segmentos determina o que acontecerá aos demais.
O livro não só oscila entre passado e futuro, mas também experimenta mexer com sua própria forma (não de forma aleatória, mas sim intencional). Temos, por exemplo, um capítulo inteiro que nos é contado na forma de apresentação de slides (sim, isso mesmo!) e uma alternância entre primeira, segunda e terceira pessoa.
Lulu, Bennie, Lou, Sasha, Rhea, Dolly, Bosco, Jules, Kitty, Alex, Alice, Mindy, Charlie, Jocelyn, Scotty, Rolph, Dean, Bix, Drew, Rob, Lincoln, Alison... e outros. Todos com seus dramas e conexões.
Na verdade, o mais incrível desse livro é que ele parte de uma …
"A visita cruel do tempo", de Jennifer Egan, não é uma obra exatamente simples. Cada capítulo tem uma estrutura similar a um conto, sendo que cada um deles é encabeçado por um personagem diferente em um diferente ponto da linha temporal da história. O que se dá nesses segmentos determina o que acontecerá aos demais.
O livro não só oscila entre passado e futuro, mas também experimenta mexer com sua própria forma (não de forma aleatória, mas sim intencional). Temos, por exemplo, um capítulo inteiro que nos é contado na forma de apresentação de slides (sim, isso mesmo!) e uma alternância entre primeira, segunda e terceira pessoa.
Lulu, Bennie, Lou, Sasha, Rhea, Dolly, Bosco, Jules, Kitty, Alex, Alice, Mindy, Charlie, Jocelyn, Scotty, Rolph, Dean, Bix, Drew, Rob, Lincoln, Alison... e outros. Todos com seus dramas e conexões.
Na verdade, o mais incrível desse livro é que ele parte de uma proposta complexa, a segmenta em partes coesas, sustenta a nossa atenção de forma mais ou menos constante no início dos capítulos e e nos captura mais e mais a medida que o livro avança.
Vamos nos familiarizando com os personagens secundários da trama até que todos eles nos parecem quase que igualmente importantes -- e são, pois o movimento de um acaba por mover o outro.
Apesar de tudo, todos eles não protagonizam a trama. No fim das contas, o protagonista é outro: o tempo. Isto é, um ente que abarca todas as consciências e simultaneamente as contrasta, evidencia e homogeniza.
As histórias são distintas, mas toda história é a mesma debaixo do véu do tempo.